Quem nunca se sentiu meio indigente
Sem função nem posição no cosmo
Enxergando o mundo como uma enorme detenção
Atire a primeira antítese
Quem ao menos uma vez não viu razão na razão dos homens
Quem não quis um dia voltar ao passado de nossa espécie
E vagar livremente sem leis e ambições para nos limitar
Atire a primeira praga
O crente que nunca duvidou de seu deus
O filho que nunca afrontou o pai
E o pai que nunca desejou a inexistência do filho
Atire a primeira moral
Que nunca quis se ver livre de pudor
Quem nunca se viu na sociedade uma enorme prisão
Onde sofisticamos nossos meios de nos imputar a dor
Anderson Borges
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